Em 1954, o panorama de BD era dominado pelo Cavaleiro Andante e pelo Mundo de Aventuras. Um ano antes, o Mosquito tinha desaparecido e o Falcão ainda demoraria algum tempo a surgir. Nos meus frágeis 6 anos, nem dei pela sua publicação apesar de na altura já andar a bisbilhotar a Colecção Condor (os mesmos heróis do MA, mas em histórias completas) e o Kit Carson a caminho do Forte Wade que, paulatinamente, ia rasgando e contemplando.
Claro que existiam outras revistas de BD onde posso destacar o Flecha de Roussada Pinto, mas aqueles dois jornais de BD eram dominantes sem me atrever a dizer qual o melhor, apesar de sentir que, naquele momento, o Cavaleiro Andante estava num momento de ascensão quase a trazer-nos séries maravilhosas como o Capitão Flamberge, Perdida na Tempestade ou as aventuras de Jerry Spring, enquanto se podiam adivinhar alguns sinais de desgaste no Mundo de Aventuras a insistir em viver à conta de quatro ou cinco heróis.
Assim, não é de admirar que, no Natal, cada uma daquelas revistas publicasse um álbum especial cuja temática abordava temas bem diferentes da BD, como se pode concluir da listagem seguinte: A vida acidentada de Pucini, Cinema, Construções, Contos, Curiosidades, Decorações de Natal, Desporto, Grandes figuras, Humor, Poesia, Policiário.
Quanto à qualidade das aventuras apresentadas, destacam-se os trabalhos dos irmãos Groux e de Capriole no Cavaleiro Andante, ao passo que o Mundo de Aventuras se afirmava pela quantidade (num só album, 13 aventuras, com destaque para um trabalho de Alex Raymond que nos trouxe o seu herói Rip Kirby e a doce Honey).
Os fascículos semanais das duas revistas também se referiram ao Natal através da sua celebração nas capas das mesmas. Dessas revistas apresentamos integralmente algumas aventuras já postadas no Páginas de BD.
Se fizer clique sobre as respetivas capas (onde se destaca um magnífico tríptico de Fernando Bento), terá acesso aos álbuns de Natal por inteiro embora com organização para publicação em blog.
Ainda uma palavra para os preços. Com 84 páginas o MA custava 7$50, enquanto o CA com 100 páginas exigia 15$00 pela sua aquisição o que não era uma fortuna para a época, mas quase... e como que selecionava os "clientes" de cada revista proporcionando uma BD para pobres com muito movimento e aventura, e uma BD para finórios com melhor qualidade e literariamente mais conseguida. A propósito comparem-se os poemas de celebração do Natal de Adolfo Simões Muller e de Oliveira Cosme.
👍Um FeLiZ NaTaL🎅📖
ResponderEliminarDesejos de um Feliz Natal. Muito obrigado pela partilha.
ResponderEliminarObigado, caro José Cardoso. Um Natal Feliz e um ótimo 2025 em que tentaremos continuar a partilha...
Eliminar