O gendarme mais atual da banda desenhada argentina foi criado por Sergio Almendro. Não temos a data de início desta série, mas deverá ter ocorrido em meados da década de sessenta. Em 1968 foi desenhado por Néstor Olivera, em 1973 por Alberto Macagno e em 1977 por Mario Morhain. Foram também responsáveis pelo desenho García Durán e Horacio Altuna, este último um cartoonista que, ao que parece, não morre de amores pela personagem e fala depreciativamente do argumentista por ser - segundo Altuna - membro da Gendarmaria ou ter desempenhado funções na mesma (neste caso, Ray Collins).
Corvalán,
na dicotomia bem versus mal, era
um dos bons: tinha uma consciência moral impecável, respeitava a lei, obedecia
às ordens sempre corretas e comedidas dos seus superiores, perseguia os
ladrões e contrabandistas, e nunca, nunca, cometeu uma injustiça contra quem
quer que fosse. Isto não surpreende: o bom gendarme Corvalán era naquela época
mais uma peça de uma bateria de penetração cultural que incluía banda desenhada
com bons polícias, bons soldados e bons marinheiros através dos quais
procuravam instalar-se "e sustentar" na sociedade argentina a imagem
imaculada das forças armadas e de segurança.
Talvez
pelo seu apego ao cumprimento do dever, Corvalán nunca se deixou prender por
uma mulher, nunca se deixou arrastar para uma situação amorosa. Isto não
significa que as histórias em que participa não tenham uma envolvente romântica.
No pequeno
conjunto de trabalhos que vamos apresentar durante o mês de Agosto, podemos apreciar como o comandante
do corpo de gendarmes é apreciado por duas beldades que, com ele, convivem
quase diariamente. Elas suspiram, desejam-no, tudo fazem para o proteger em situações difíceis, mas ele como que as ignora. Não
sabe o que perde, mas é com certeza um homem duro, um verdadeiro servidor da
lei.