"Só os índios e certos nobres animais voltam onde nasceram, para morrerem em paz."
"Só os índios e certos nobres animais voltam onde nasceram, para morrerem em paz."
Voltam Spirou e Fantasio para uma história bem conseguida: "O mensageiro da Morte", um tema que parece recorrente neste volume do Jornal da BD.
Claro que o Páginas de BD saúda esta iniciativa e está ansioso
por iniciar a sua aquisição, pois trata-se de uma das séries que o acompanhou já
numa fase mais avançada (avançada em termos temporais, entenda-se) das suas leituras
de BD, embora o Lobo Sentado embirrasse um pouco com o traço um pouco
caricatural de Uderzo que fazia cada álbum parecer uma transposição de HUMPÁ-PÁ,
O PELE-VERMELHA para o mundo da aviação e com o texto demasiado palavroso, qual Pluma Caprichosa, de
Charlier (talvez devido à sua necessidade de manifestar os vastos conhecimentos
do tema) que sobrecarregava as vinhetas.
Dito isto, uma pequena correção: anuncia-se que, no lote de 8 álbuns, quatro são inéditos. Isto não é verdade, pois há uma publicação na revista Zorro do “inédito” Perigo no Céu com o título “Águias no Céu” como pode ser constatado no link associado. A proporção de inéditos fica assim drasticamente reduzida, levantando-se desde logo a questão: "Valerá a pena...?".
Acontece que o Páginas de BD está neste momento a tratar os Volumes 26 e 27 do Jornal da BD nos quais surgiram as primeiras duas aventuras desta série de álbuns. Antes do JBD, já o Foguetão iniciara a "Escola de Pilotos" com o título "Céu de Glória" e impressão horrível que depois foi continuada no Cavaleiro Andante, fascículos 511 a 554 com melhor aspeto.
Assim, podemos associar-nos a este auspicioso
lançamento, permitindo aos apreciadores anteverem o que podem vir a adquirir a
partir desta quarta-feira e que se espera seja com uma impressão bem melhor que as edições anteriores.
Com esse objetivo, aqui ficam links para:
Pela Honra da Esquadrilha (No JBD, Pela honra dos
distintivos)
Perigo no Céu (No Zorro, Águias no Céu)
Disponibilizada no magnífico Seulement BD, há uma edição especial francesa da Escola de Pilotos que reúne
os dois primeiros álbuns e nos agradou muito. Oxalá a edição portuguesa tenha
esta qualidade.
No espaço do Páginas de BD, e já não desenhados por Uderzo, poderão encontrar:
Nota: O Lobo Sentado acaba de examinar o primeiro álbum e confirma as melhores expetativas em termos de papel, cor e impressão. A última página é um bocadinho diferente das já conhecidas, terminando com três vinhetas do próximo em substituição do enorme "?" e um simples "Continua".
O gendarme mais atual da banda desenhada argentina foi criado por Sergio Almendro. Não temos a data de início desta série, mas deverá ter ocorrido em meados da década de sessenta. Em 1968 foi desenhado por Néstor Olivera, em 1973 por Alberto Macagno e em 1977 por Mario Morhain. Foram também responsáveis pelo desenho García Durán e Horacio Altuna, este último um cartoonista que, ao que parece, não morre de amores pela personagem e fala depreciativamente do argumentista por ser - segundo Altuna - membro da Gendarmaria ou ter desempenhado funções na mesma (neste caso, Ray Collins).
Corvalán,
na dicotomia bem versus mal, era
um dos bons: tinha uma consciência moral impecável, respeitava a lei, obedecia
às ordens sempre corretas e comedidas dos seus superiores, perseguia os
ladrões e contrabandistas, e nunca, nunca, cometeu uma injustiça contra quem
quer que fosse. Isto não surpreende: o bom gendarme Corvalán era naquela época
mais uma peça de uma bateria de penetração cultural que incluía banda desenhada
com bons polícias, bons soldados e bons marinheiros através dos quais
procuravam instalar-se "e sustentar" na sociedade argentina a imagem
imaculada das forças armadas e de segurança.
Talvez
pelo seu apego ao cumprimento do dever, Corvalán nunca se deixou prender por
uma mulher, nunca se deixou arrastar para uma situação amorosa. Isto não
significa que as histórias em que participa não tenham uma envolvente romântica.
No pequeno
conjunto de trabalhos que vamos apresentar durante o mês de Agosto, podemos apreciar como o comandante
do corpo de gendarmes é apreciado por duas beldades que, com ele, convivem
quase diariamente. Elas suspiram, desejam-no, tudo fazem para o proteger em situações difíceis, mas ele como que as ignora. Não
sabe o que perde, mas é com certeza um homem duro, um verdadeiro servidor da
lei.