segunda-feira, 28 de setembro de 2015

HBD051. Buddy Longway no Páginas de BD

Esta semana, grande parte do Páginas de BD será dedicado a Buddy Longway. E, para começar, nada melhor do que um texto publicado por Jorge Magalhães no Mundo de Aventuras para fazer a apresentação deste herói aos leitores desta saudosa revista que entretanto coordenava:


DERIB de seu verdadeiro nome Claude de Ribaupierre — suíço de nascimento, iniciou a sua carreira artística no semanário belga (Spirou», onde teve como mestre Peyo, um dos pilares do jornal. Em 1966, Derib criou uma história de ambiente medieval, «Arnaud de Casteloup», fortemente influenciada pelo «Cavaleiro Branco», de Fred Funcken. Mas depois virou costas ao estilo realista, realizando «Attila, le chien qui parle» e «Yakari, le petit indien», duas histórias fiéis ao estilo de Franquin e da revista «Spirou». Felizmente Derib caldearia essa influência com a de outro desenhador consagrado, Jijé, o que, juntamente com o seu amor pela liberdade, a Natureza, as sensações da vida primitiva, o fariam retornar à via realista e criar o herói que o tornou famoso: Buddy Longway.

O primeiro episódio desta série — precisamente o que apresentamos neste número, em «primeira mão» para os leitores portugueses — surgiu, a titulo de experiência, no Nº 16 de «Tintin — Selection», edição de bolso do consagrado semanário belga. O êxito obtido fez naturalmente com que a série se guindasse a lugar de honra, surgindo a primeira aventura de longa-metragem» (Chinook) em 1973. Mas talvez nem o próprio chefe de redacção do «Tintin» —na altura Greg — sonhasse que, logo no referendo desse ano, Buddy Longway conquistaria um destacado 1º lugar. Era a consagração de Derib, que, a partir daí, se dedicaria quase por inteiro à sua nova série, traçando um autêntico quadro da vida familiar e aventurosa de Buddy Longway, desde o seu encontro com a índia Chinook, com quem viria a casar-se, até ao nascimento dos seus dois filhos, Jérémie e Katleen, e às experiências exaltantes que com eles viveria, numa sã comunhão com a Natureza.
Amigo dos índios e de alguns brancos, Buddy Longway é a verdadeira figura do pioneiro, desbravador de novas fronteiras, num período crucial da colonização do Oeste americano, quando a atracção do desconhecido, a busca de novas oportunidades de vida, se sobrepunham ainda a outros interesses, como a mera exploração das riquezas desse imenso território virgem.
Na sua primeira aventura, Buddy Longway trava conhecimento com «Lobo Negro», um caçador índio que lhe ensina, à, sua maneira, a dura lei da floresta. Mas também pode haver amizade, compreensão e solidariedade entre homens de raças diferentes. «Lobo Negro» e Buddy Longway descobrirão isso ao enfrentarem o perigo juntos e, a partir desse momento, correrão muitas vezes a mesma pista.
 
J.M.

2 comentários:

  1. E é uma boa escolha!
    Foi uma série que não consegui seguir com frequência ( uma revista ali, um álbum "salteado" acolá...), mas que ficou na memória e na esperança de algum dia a recuperar - quase, quase, sem arranhar francês, tive para adquirir os integrais na F##C," hipnotizado" pela arte e coloração dos volumes que tinha nas mão!....
    A espera compensou com os integrais 1 e 2 editados pela Ponent Mon que vou adquirir -será muito $$$ duma vez
    (opções de vida) mas vai dar um grande gozo.
    O que me cativa do Buddy Longway é a sua humildade, um anti-herói e a cultura nativa com uma especial ligação à Natureza.

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  2. Caro ASantos, Buddy Longway é uma das figuras da BD que mais aprecio. Conheci-o especialmente a partir do Tintin semanal uma das fontes que tentei usar para a digitalização. Infelizmente, em certas fases o papel da revista era excessivamente fraco e a digitalização apanha a página anterior como sombra. Assim, neste espaço só teremos duas aventuras.

    Saudações

    Lobo Sentado

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