«Um pai que arrasta um filho para uma vida de crime precisa de ser enforcado cem vezes», assim resumiu Tomahawk Tom a sua opinião por aqueles que assaltavam o belo «Rancho do deserto», cuja proprietária ele ajudou na luta decisiva. Esta aventura apareceu no Mundo de Aventuras 305, segunda série, encontrando-se no mesmo um artigo crítico elaborado por alunas da Faculdade de Letras de Lisboa.
Sempre achei esta história um dos trabalhos menos conseguidos de Vitor Peon. O rosto da personagem feminina esta mal trabalhado, aparecendo algumas vezes com um aspeto demasiado envelhecido. Anteriormente o MA tinha publicado " Tempestade no Dakota Sul", aquela que eu considero como a história com melhor argumento e desenho da série. Desta não gostei. Fica a impressão de trabalho feito apressadamente, sem cuidar alguns pormenores.
ResponderEliminarTalvez seja algum trabalho já antigo, pois nesta fase os trabalhos de Peon tinham bastante qualidade. Relembro, por exemplo, O rei dos lobos, publicado no Mundo de Aventuras Especial.
Saudações
Paulo
Obrigado pela visita, Paulo e pela judiciosa apreciação.
ResponderEliminarPor vezes, Peon parece-me exatamente o que diz. Apesar de tudo, há alguns pormenores apreciáveis: por exemplo, as páginas 4, 6 e a última.
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Saudações
Lobo Sentadoi
Só agora tive oportunidade de ler os comentários a esta aventura de "Tomahawk Tom" e quero dizer que não estou de acordo com a opinião do Paulo, embora a respeite, naturalmente. Os rostos desenhados por Péon eram sempre expressivos e devemos dar esse desconto à sua deformidade aparente. Nem é preciso ler o texto para entendermos os sentimentos que as expressões faciais e gestuais das personagens vigorosamente retratam. Quanto a mim, é um dos maiores motivos de interesse dos seus trabalhos, mormente dos que foram realizados na década de 1950, em que procurou dar mais profundidade psicológica às personagens.
ResponderEliminarPor razões que desconheço, esta história não foi publicada no "Mundo de Aventuras" e Péon só a deu a conhecer numa revista francesa, no início dos anos 1970, quando vivia e trabalhava em Paris. Depois, viria a ser republicada no "Vítor Péon Magazine" e mais tarde no "Mundo de Aventuras" (2ª série), por meu intermédio. Devia ter assinalado, nessa altura, que se tratava de uma história antiga, quase em estreia (pois o "Vítor Péon Magazine" teve uma pequena tiragem e durou apenas três números), mas esqueci-me, infelizmente, de o fazer. Por isso, faço notar ao Paulo que não se podem comparar histórias de épocas diferentes, mesmo sendo do mesmo desenhador. "O Rei dos Lobos" foi realizada em 1977, muitos anos depois de "O Rancho do Deserto", e nessa fase o estilo de Péon, artista sempre em ebulição, tinha mudado radicalmente. Mas a sua expressividade mantinha-se.
Também gosto de "Tempestade no Dakota Sul", episódio concebido igualmente nos anos 1970, mas para mim a melhor aventura de "Tomahawk Tom" é a primeira, que tem páginas extraordinárias, sobretudo entre as do início, e um argumento recheado de "suspense", com constantes reviravoltas, engendrado pela fértil imaginação do Edgar Caygill (Roussado Pinto). Aliás, basta atentar na 1ª página, com a apresentação das personagens, pela "mão" dos seus próprios autores... Segundo contou R. Pinto, num artigo que publiquei no "Mundo de Aventuras", o entusiasmo despertado por esta história era tal que os leitores formavam bicha na redacção do MA, na véspera da revista ir para as bancas, ansiosos por saber a continuação das emocionantes peripécias vividas por T. Tom e Jackie, o seu jovem companheiro. Nenhuma outra aventura da dupla obteve tanto sucesso, nem mesmo duas que também se destacam na série: "O Enigma do Cavalo Negro" e "O Espírito de Manitu". Voltando ao "Rancho do Deserto", o seu argumento é do próprio Péon, que já tinha demonstrado a sua veia de guionista nalgumas histórias publicadas no "Mosquito" e no "Diabrete", entre elas a memorável "A Casa da Azenha". reeditada pelo "Jornal do Cuto" e em álbum pelas Edições Asa.
Um abraço ao Paulo e a si, caro Lobo Sentado, a quem desejo, com muito apreço, a continuação do bom trabalho que nos tem oferecido.
Jorge Magalhães
Que excelente comentário, caro Jorge Magalhães!
EliminarAinda não me atirei a essa primeira aventura do Tomahawk Tom, pois aqueles desenhos publicados quase em A3 impõem um certo respeito.
Um abraço do
Lobo Sentado