sábado, 1 de agosto de 2015

Lusíadas#001. As armas e os barões assinalados

Uma nova aventura
E se puséssemos de lado, por alguns momentos, as proezas do Zorro, as lutas dos «cow-boys» e dos peles-vermelhas e todas as outras histórias que fazem as delícias da rapaziada, e nos detivéssemos um pouco perante uma nova e maravilhosa aventura?
Quem a escreveu? Portugal. Quem a contou? Luís de Camões.
O nosso propósito é, na verdade, este: evocar alguns dos mais belos passos de «Os Lusíadas», ilustrados admiravelmente por Fernando Bento.
Afastem do espírito a ideia de que aquele poema é «uma estopada» que só serve para exercícios, gramaticais. Ninguém lhes vai perguntar aqui se determinado «que» é um pronome relativo ou uma conjunção integrante. O que desejamos, pura e simplesmente, é que leiam algumas das mais belas estrofes da nossa epopeia — uma das maiores de todos os tempos e de todas as línguas.
Reviverão, assim, as façanhas dos nossos heróis, os episódios gloriosos e dramáticos da nossa História: a morte de Inês de Castro, a batalha de Aljubarrota, o torneio dos onze de Inglaterra, o aparecimento do gigante Adamastor, e tantos outros, da mais extraordinária beleza e da mais forte sugestão.
Começamos hoje por apresentar-lhes as duas primeiras oitavas de «Os Lusíadas», onde o poeta diz o que se propõe cantar e a que se dá, por esse motivo, o nome de «proposição».
O assunto central do poema é a viagem de Vasco da Gama à índia. Mas isso não passa de um pretexto para se enaltecerem os feitos épicos dos portugueses. Diz Luís de Camões que pretende cantar e tornar célebres: as conquistas e os descobrimentos dos portugueses; a memória dos reis que dilataram a Fé e o Império; e todos aqueles que, não sendo navegadores, nem descobridores, nem monarcas, se imortalizaram igualmente pelas suas obras valorosas. Esclareça-se que Taprobana é Ceilão, e que o verso «mais do que prometia a força humana» quer dizer: -mais do que era de esperar da força humana.
E pronto! Leiam os versos e apreciem a ilustração. E estamos certos de que, depois, hão-de ter vontade de conhecer — o resto da aventura.
Pois uma vez por outra aqui a terão nas páginas do «Cavaleiro Andante», que nunca se esquece de que a história de Portugal é a mais vibrante e animada de todas as aventuras. E, ainda, por cima, verdadeira!
 

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